sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Estou cega!

Sei que estou cega , mas não sei se quero acordar ...

Hoje lhes trago uma Fábula que se chama "A menina e a serpente"

A menina e a cobra
Uma garota voltava para casa, situada no alto de uma montanha. Chovia a cântaros, o vento frio soprava, e trovões pipocavam a cada segundo.
Quando já estava quase chegando ao seu destino, sentiu algo roçando seus pés. Ao olhar para baixo, viu que era uma cobra.
_ Eu estou quase morrendo _ disse a serpente. _ Está muito frio, não há comida nesta montanha. Por favor, me proteja!
_ Mas você é uma cobra! Pode me matar com seu veneno!
_ Coloque-me debaixo do seu casaco, salve minha vida, e eu serei sua melhor amiga!
Apesar da tempestade, a menina parou e começou a refletir. Olhou a pele dourada e verde da serpente, e disse para sim mesma que jamais tinha visto algo tão belo. Pensou o quanto deixaria com inveja os seus amigos de classe, ao aparecer com uma cobra que a defenderia de tudo.
Finalmente disse:
Está bem. Eu vou salvá-la, porque todos os seres vivos merecem carinho.
E colocou-a em sua bolsa. Assim que chegou em casa, sua mãe teve um ataque nervoso: como é que ousava trazer uma serpente para sua casa?
Mas a menina, certa de que tinha encontrado uma nova companheira, fez um escândalo tão grande que a mãe terminou por ceder, e deixou-a ficar com o animal.
A cobra ficou amiga da menina, serviu para assusta as pessoas agressivas no colégio, fez companhia nos dias solitários. Até que uma noite, quando ela estava fazendo suas lições de casa, sentiu uma dor aguda no pé direito. Ao olhar para baixo, viu que a cobra a havia mordido.
_ Você é venenosa! _ gritou. _ Vou morrer logo!
A cobra não disse nada.
_ Como você fez isso comigo? Eu salvei sua vida!
_ Aquele dia, quando você se abaixou para me salvar, sabia que eu era uma cobra, não sabia? E também estava consciente de que, cedo ou tarde, as cobras terminam sendo animais muito perigosos.
Sem dizer mais nada, voltou para a floresta.
Assim como a menina, muitas vezes nós achamos que podemos mudar a natureza das coisas; mas é bom lembrar que geralmente os mais velhos conhecem melhor o perigo, porque já viveram muito.
O que fazer quando o coração diz uma coisa e a razão diz outra? O que fazer quando os dois dizem a mesma coisa, mesmo que isso seja "errado"? O que fazer?

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